* por Fortunato Da COSTA
Calmamente, estava eu, com o meu novo amigo Grou, uma majestosa e multicolorida ave com pelo menos um metro e meio de altura, que tocando gentilmente no meu braço me pediu para partilhar um croissant do meu pequeno-almoço no jardim de um hotel em Bujumbura, Capital do Burundi no miolo de África. Cortei metade e ele, delicadamente, com o forte bico preto, retirou-o da minha mão.
Bicho simpático… como a natureza consegue ter excepções à selvajaria que impera por esse Mundo fora, pensava eu.
Ao meu lado, sentou-se uma equipa de jornalistas Americanos que estão no Burundi a fazer uma reportagem sobre os Direitos da Mulher e o Aborto. Falávamos em Inglês, quando de repente surgiu aquela parte em que perguntamos: “E tu? De onde és?”.
O camaraman da equipe afinal era Português, como eu. Era o Carlos Vieira.
O Carlos tem estado em praticamente todos os cenários de guerra da actualidade, inclusive no Darfur. Estando vivo, segundo ele, por mera sorte.
Falámos de tudo e de nada. Mas, sobretudo da paranóia explosiva que reina em África e no Médio Oriente.
- “É pena que já não se façam guerras como antigamente!” – dizia ele.
Efectivamente, nos “velhos tempos” nos chamados conflitos convencionais sabia-se, em princípio, quais eram as partes beligerantes e tinha-se uma ideia do porquê dos problemas. E os intervenientes nunca eram, normalmente, mais do que dois.
Assim, um jornalista era previamente preparado para saber dialogar com os conflituosos e poder realizar o seu trabalho com relativa (?) segurança.
Mas agora, já como diziam os nossos antepassados: “O Mundo está cada vez mais Louco!”.
Olhemos, por exemplo, para a situação no Burundi. Actualmente, existe um acordo de paz, mas é frágil. Há vários tipos de rebeldes e, segundo parece, um destes grupos não aderiu ao acordo de pacificação. Por isso, no hotel onde estamos, existem militares armados de metralhadora no hall e a qualquer momento um ataque pode acontecer. Ainda há pouco o Carlos, enquanto filmava, viu dois rebeldes, fortemente armados e com farda diferente de todos os outros, junto a uma estrada nos arredores da capital do Burundi.
A situação no Chade, tem mais lógica. Pois quem actualmente está no poder veio do Sudão e tomou-o pela força, com material e homens Sudaneses. Depois de formarem governo, entretanto “esqueceram-se” de pagar os favores aos antigos “amigos” e, por isso, a fronteira entre o Sudão e o Chade tem sido uma zona de permanente conflito. Pois… os montantes gerados pelo petróleo são de tal ordem que qualquer um perde a cabeça. Por outro lado, alguns generais, também, formaram grupos de rebeldes e, ainda por cima, existe uma etnia de completos anormais, cerca de 5% da população que não sabem fazer mais nada do que lutar, absolutos intratáveis… Estive lá no segundo semestre de 2006 e sei do que estou a falar.
Mas, o Darfur, é uma das piores catástrofes do nosso tempo. A sagacidade pelo dinheiro do petróleo envolve facções militares ligadas ao Sudão, mas o conflito é pluri-étnico e pluri-religioso, ou seja, são etnias muçulmanas a norte em conflito entre si e que, sobretudo, aproveitam para, raivosamente, fazerem uma “limpeza étnico-religiosa” sobre os desgraçados dos cristãos a sul.
Racionalizemos …
Segundo parece, a Raça Humana existe só há umas largas dezenas de milhares de anos.
Já repararam que a generalidade dos conflitos são fundamentados em “teorias religiosas” escritas há menos de dois mil e tal anos?
E que estas teorias, desde então, são habilmente utilizadas pelos senhores da guerra como a Força Mental e Moral para convencerem os seus guerreiros a matar e destruir seja o que for? Inclusive crianças e inocentes?
Agora vejamos… os Dinossauros existiram durante centenas de milhares de anos.
E segundo a própria ciência afirma: a raça Humana não se cruzou com a raça dos Dinossauros! Não há como negá-lo, pois, os esqueletos estão por todo o lado e a sua idade é fácil de determinar cientificamente.
Se a ciência provou já que a época dos Dinossauros é milhares de vezes mais longa do que a época dos Humanos… Afinal qual é o deus dos Dinossauros?
Pois… Herege? Ateu?... Não!!
Deus existe! … Mas não tem, certamente, nada a ver com as teorias religiosas escritas pelos Humanos, nos dois últimos milénios.
E a prova está aí! Não somos mais do que animais estúpidos e irracionais que tão pouco sabem proteger o Planeta onde vivem… Aliás, o que se poderia esperar de uma civilização que só começou a contar o tempo há dois mil e tal anos?
Realmente… só ser estúpido não basta, é preciso parecê-lo.
Ámen!
Burundi, Outubro 2007
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Dr. Fortunato Da COSTA
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(*) Dr. Fortunato Da COSTA, Mestre em Estudos Europeus pelo Instituto de Estudos Europeus, Licenciado em Administração Pública e Bacharel em Engenharia é Consultor Internacional Perito em Arquitectura Organizacional e Sistemas de Informação, Empresário, Professor, Formador, Orador em Palestras e Conferências, Escritor, Director da Fitini.NET ConsultinG, podendo ser contactado pelo e-mail: fitini@fitini.net. Visite: Fitini.NET ConsultinG
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